A procura da minha obra prima,
Sento-me a luz do candeeiro
Esperando aguardar o momento
Perfeito para a levantar do pano.
Escondida dentro de mim,
Escondida dentro de cada um de vos
A perfeição mais pura
Está na imperfeição de todos nos
E sabendo que eu sou o proprietário do perfeito,
Vou colocar o imperfeito no meu trabalho,
Fazendo dele o maior proveito
Elevando o meu ser humano Falhado.
E como é que posso eu dizer,
Que a beleza está na geometria,
Porque se belo é o amor perfeito
Amor imperfeito me cria sinestesia.
Pois aos meus olhos o que por mim criado não é belo
aos olhos dos demais o criado por mim belo é
Não entendo portanto como me poderei agradar
Se o que faço é para eu quebrar
Nesta perfeição imperfeita que eu criei.
E no final de contas eu não presto
Pois só me interessa agradar a mim
E se não faço nada de jeito
Para que continuar a mentir??
Não merece a pena então
Partilhar o que eu faço
Para levantar-me a questão
De algo que está gasto!
Gasto como as minhas palavras
Como as minhas rimas infantis,
Seguindo constantemente o mesmo padrão
Que um dia eu fiz.
Para que criar a minha marca?
Para que criar a minha obra prima,
Para que afinal alcançar o perfeito
Se o perfeito é o meu imperfeito
E o imperfeito não me contenta.
Neste monumento que me habita
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