08 junho, 2009

Sol no dia, Lua na noite

 Sentado no topo de uma arvore, um gato observa todo o horizonte, enquanto a lua sobe lentamente 6 posições, começadas na 21ª parte do dia.
 Ao fim das 6 posições como se acordado por um sino da sua transe, salta em queda livre aterrando no macio chão e caminhando indefinidamente em direcção as ruas estreitas percorre caminhos que ate os antigos desconhecem.
 Salta o muro e caminha como um acrobata, passando a igreja e o cemiterio, passando um casal de namorados enrolados num parque de estacionamento e ignorando tudo isto senta-se olhando para as estrelas no outro lado da cidade...
 E ai fica mais 6 partes das 24 do dia... parado na sua propria magia, adormecido.
 Porque é que ele se daria ao trabalho de fazer aquele caminho para ir fazer o mesmo? Estar parado no vazio, empoeirado na sua propria imaginação...
 Talvez porque a realidade que nos debatemos é uma pura ficção e a ficção da mente do gato é nada mais nada menos que a realidade...
 A nossa incapacidade de ver o mundo, a nossa cegueira, faz com que o gato a veja, na sua unicidade, na sua total e desprezivel ignorancia do puro e do vazio, vé a realidade absoluta que eu não vejo

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