23 maio, 2007

Não morri, não desapareci, apenas estou cheio de trabalho.

Mandei uma mensagem para uma editora acerca do Um olhar a Dois, vou escrever agora só para mim :) deixei um "cheirinho" E quando acabar vou tentar a minha sorte em editoras.

Pode ser que um jovem de 18 anos se safe neste mundo :)

16 maio, 2007

Um Olhar a Dois XVI

-Halo!!!!!! – gritava uma voz que perturbava a tranquilidade de Jack. – toca a acordar dorminhoco, não me digas que ficaste assim tão embalado.

Jack abriu suavemente os olhos, e quando deu por isso encontrava-se na casa do lago completamente deitado no sofá.

Farisca estava ao seu lado adormecida e Sarah a sua frente com o pequeno-almoço.

Um copo de leite e uma torrada.

Jack sentou-se no sofá e esfregou a cabeça, olhou a sua volta e a sua admiração era gigantesca.

Ele não deveria estar ali! Devia estar a dormir no meio da floresta.

Sarah olhava para ele com um ar estranho, enquanto ele se levantava e caminhou para a janela, vendo que a luz do dia já ia alta no céu:

-Bem tive um sonho mesmo estranho – disse Jack enquanto olhava pela janela para ver se via alguém.

-Ninguém diria Jack, tiveste ai a dormir que nem um bebe – disse Sarah lançando uma pequena gargalhada – parece que o que aconteceu ontem afectou-te Jack – disse Sarah num tom pensativo.

Jack ficou envergonhado mas abanou a cabeça em tom de que não tinha ficado afectado, pelo menos muito:

-Bem hoje acordei tarde em comparação com os outros dias! Não temos que ir ter com o pessoal ajudar a montar a nossa barraquinha – disse tomando uma posição mais informal e menos stressante.

-Hoje nos os dois não vamos a lado nenhum! Pelo menos trabalhar! Mas é claro que vamos dar uma voltinha e dar uns mergulhitos no lago!

-Hum… soa-me bem, e o Grey e a Mirian?

-Eles se quiserem aparecer que apareçam – disse Sarah virando as costas a Jack e indo para o seu quarto – Vou vestir o meu Bikini Jack! Vamos dar um mergulho agora que já são 11Horas da manha!

Sarah saiu da sala, Jack olhou para Farisca que ainda dormia e começou a pensar.

“Como é que tudo aquilo poderia ser um sonho?”, “pareceu tudo tão real!” não deixava de se questionar com o sentido daquilo tudo, ultimamente tinha tido sonhos tão estranhos, tão irreais que Jack começava a não perceber o sentido de adormecer para acordar tão cheio de duvidas.

Farisca abriu o olho esquerdo lentamente e olhou para Jack, saltou para o chão, olhou para a cauda que tinha uma pequena mancha branca na cauda em forma de meia lua e miou.

Jack não reparou no pormenor na cauda da gata, embora ela o tenha notado.

Seguiu então para o seu quarto e tirou os seus calções ate ao joelho de banho do saco juntamente com uma toalha de praia, dois objectos que Jack havia posto na sua mala mas que nunca pensara que ia usar.

Farisca saltou para o parapeito da janela e caminhou para fora da casa.

Ao sair do seu quarto Jack deparou-se com Sarah já vestida com o seu bikini vermelho, e com uma túnica amarela a fazer de saia.

Por alguma razão desconhecida para Jack ele não conseguia tirar os olhos de cima de Sarah, ficando claramente muito envergonhado.

Ela sorriu agarrando-lhe na mão e arrastando-o pela porta fora de casa, como se ele fosse uma estatua que estava petrificada.

Estenderam a toalha junto ao lago e Sarah seguiu para a agua molhando os pés de inicio e depois mergulhando o seu macio corpo na agua azul.

Jack tirou a t-shirt e mergulhou também na água límpida.

O fundo do lago era constituído por rochas brancas embora não houvesse um único rasto de vida submarina.

O lago não tinha “alimentação” de outras fontes, e parecia surgir ali pura e espontaneamente.

Pequenos amores-perfeitos começavam a brotar do jardim da casa enquanto Jack boiava a tona de água numa paz e tranquilidade que só ele conseguia ter.

Mas essa paz foi interrompida quando Sarah meteu as mãos nos seus ombros e mergulhou-o:

-AMONA! – Gritou rindo-se – Ataque das anonas aqui ao rapaz doutor.

Jack no fundo de agua começava a ficar sem ar mas agarrou os pés de Sarah novamente quase que rasteirando-os fazendo-a mergulhar também.

Os dois debaixo de agua olhavam um para o outro com um ar de alguma cumplicidade.

Ao emergirem á superfície, Sarah saltou para as costas de Jack, “obrigando-o” a transporta-la as costas dentro de agua.

Jack não parecia importar-se muito, e estava a gostar da companhia de Sarah, embora não fosse uma acção falada, as acções começavam a aproxima-los cada vez mais, fazendo com que Jack sentisse que podia confiar em Sarah no que quisesse.

Passado algum tempo, entre brincadeiras aquáticas infantis, Jack e Sarah cansados pararam perto um do outro dentro de agua e sentaram-se a beira.

Sarah sentou-se atrás de Jack encostando a sua cabeça no ombro do rapaz, tudo estava calmo ate que Sarah exclamou um “AHH!”

-Que se passa? – perguntou Jack olhando logo de seguida para Sarah.

-Que giro! Tens aqui um sinal bastante engraçado Jack! – disse passando com as mãos nas costas de Jack.

-Hum? Que sinal? Eu não tenho nenhum sinal nas costas rapariga!

-Ai tens tens! E este nota-se Bem! – disse olhando regalada para as costas de Jack – menino tens aqui uma bela semi-lua em forma de sinal – rindo-se

Jack ficou bastante confuso, e olhando para o seu ombro direito conseguiu ver pela ponta do olho um sinal preto em forma de semi-lua, símbolo muito semelhante ao do seu “sonho”

-Eu… eu nunca tinha reparado nele! – disse Jack

-Ve-se mesmo a atenção que dás ao teu corpo – disse Sarah dando-lhe um carolo na cabeça.

Jack sorriu para Sarah, mas ficou um tanto quanto nervoso pois sentia que tudo o que sonhara na noite anterior tinha sido um reflexo de algo real.

Sarah voltou a encostar a sua cabeça no ombro de Jack encostando-se mais perto do pescoço, automaticamente, deixou de pensar no sinal, e começou a tomar mais atenção ao afecto que a rapariga lhe começava a demonstrar.

Jack instintivamente aproximou a sua mão da de Sarah ate que a agarrou.

Os dois ficaram ali, a serem banhados pela cristalina água, largos momentos, sem referirem uma palavra que fosse, apenas desfrutando a companhia um do outro.

Farisca apareceu pelo meio dos amores perfeitos como se fosse um predador nato e olhando para a imagem dos dois habitantes da casa juntos começou a caminhar lentamente em direcção a Jack.

O caminhar passou a corrida e dando um salto em direcção á cabeça de Jack pousou em cima dela, fazendo com que Jack, que se encontrava sentado, caísse de cara na água como se fosse uma estatua a ser derrubada.

A gata não se molhou pois ficou em cima da nuca de Jack que ficou a tona de agua, mas logo de seguida saltou para a margem e miou num tom amistoso, fazendo um ar de quem tinha alguns ciúmes daquela cena.

11 maio, 2007

Um Olhar a Dois XV

Jack saiu de casa e olhou para a rapariga, esta continuava a cantar sem se apreceber da presença da gata e do rapaz.

Caminharam os dois lentamente, tanto Farisca como Jack, quase que embalados ao som da canção.

Chegaram a estar a 10 metros da rapariga, mas esta, aprecebendo-se da sua presença olhou-os nos olhos e Jack teve um choque.

Os olhos da rapariga eram a unica coisa que Jack conseguia ver no escuro, eram brancos e brilhantes, da cor do seu vestido.

Farisca segui em frente de Jack e começou a correr para a rapariga.

Esta sem mais nem menos correu para a floresta assustada mas Farisca seguiu-a.

Jack não querendo ficar parado e corroido pelo bichinho da curiosidade correu atras das duas.

Embrenhou-se na floresta que estava situada ao largo do lago, local onde ainda nestes dois dias se tinha aventurado.

Segundos depois enquanto corria pela floresta seguindo o rasto de um veu branco que brilhava no escuro Farisca desaparecera da frente de Jack.

Jack pensou que apenas não a conseguia ver pois tinha o pelo escuro, mas começando a ouvir ramos de arvores a serem mexidos por cima de si teve o percentimento que a gata nada mais nada menos que saltava a uns metros de arvore em arvore.

Jack pensava “Rica acrobata esta tipa, parece que sente tanta curiosidade como eu”, por momentos esquecera do beijo de Sarah e a unica coisa que tinha na cabeça era que raio era aquela rapariga.

Ao chegar a uma clareira escura, Jack deixou de ver o veu, e quando olhou para tras, aprecebeu-se que tinham passado largos minutos desde que começara a correr.

Ja não conseguia ver o caminho de volta e sentia-se completamente perdido, não desesperando, fechou os olhos e tentou apurar os sentidos.

Quase como salvação um corvo pousou no seu ombro e piou.

Jack abriu os olhos e este esvoaçou para o seu lado diferente continuando a piar.

Instintivamente Jack decidiu seguir o corvo, e embunhando-se novamente no meio de todas as arvores que lhe era possivel de encontrar, voltou a avistar um veu branco correndo pelo meio das arvores.

Ja não ouvia o barulho de arvores a mexerem-se sobre si, por isso deduziu que Farisca ja não se encontrava aos saltos por cima dele, provavelmente tinha voltado para tras.

Mas ao pensar isso viu dois olhos brilhantes de gata no meio das arvores movimentando-se tambem atras do veu.

Jack começou a correr a toda a velocidade ate que quase que conseguia acompanhar a gata.

A rapariga que se encontrava a uns meros 4 metros da sua frente parecia não se cansar ao contrario dele que começava a perder o folgo.

O corvo desaparecera momentos antes deixando Jack a pensar como o corvo ja o tinha “salvo” 2 vezes.

Após alguns segundos, chegaram a uma segunda clareira.

Esta, tinha a relva verdejante e estava rodeada por arvores jovens.

O ceu estrelado parecia um espelho para o infinito, e dava a sensação a Jack que conseguia tocar nas estrelas.

Exactamente no centro da clareira encontrava-se uma fonte de pedra.

A rapariga correu ate parar junto dela.

Farisca deixou de correr e começou a caminhar para a fonte.

Esta era uma pedra enterrada na relva que continha um pequeno orificio por onde escorria agua azul limpida.

Na pedra estava gravada uma semi lua com uma marca poligonal, a rapariga molhou as mãos na fina agua e passou-a pela cara.

A gata chegou ao pé da rapariga e saltou para a bacia de pedra branca deixando-se tar lá empoleirada olhando para a água.

Jack ficou parado por momentos, ate que caminhou lentamente ate chegar perto da rapariga.

Com a sua mão meio a tremer, devido ao nervosismo e ao medo tocou no veu da rapariga, mas esta não se virou para Jack.

A gata, e a desconhecida olhavam para a bacia de água como se algo lá dentro estivesse.

Jack olhou para a grande imagem da lua e estava cada vez mais intrigado.

Os mochos ouviam-se de todos os cantos da clareira, deixando a noção que a unica pessoa nervosa naquele local era mesmo ele.

A rapariga voltara a cantar, elevando-se no ar de costas, de modo a que Jack não lhe visse a cara desapareceu no ar, ela rodopiou três vezes, e continuou a levitar ate desaparecer como se de fumo se tratasse.

Jack ficou a olhar para cima e a esfregar os olhos, não acreditava naquilo que estava a ver.

A gata saltou-lhe para o ombro e esfregou a cauda na cara de Jack, quase como se fosse uma mão a dirigir-lhe o olhar para a fonte novamente:

-Mas que sitio é este – perguntou Jack

-Queres que eu beba Farisca? – disse para a gata.

Esta fez algo que Jack ficara meio surpreso, abanou a cabeça como se fosse uma pessoa e miou.

Jack caminhou para a fonte, molhou as suas mãos na agua azul, e chegou-a aos seus labios.

Ao faze-lo ouviu uma voz dentro de si, uma voz semelhante aquela que cantava

“talvez sejas tu!”

E nisto Jack começou a sentir-se sonolento, a gata saltou para dentro da bacia e logo de seguida colocou-se ao lado de Jack.

Ao principio sentou-se na fina relva, mas acabou por se deitar e fechar os olhos caindo no sono.

A gata deitou-se ao seu lado e adormeceu tambem.

As estrelas brilhavam mais que nunca e na floresta voltou-se a cantar uma canção das mil vozes.

10 maio, 2007

Um Olhar a Dois XIV

Os dois foram trocar de roupa, ele vestiu umas outras calças de ganga e vestiu uma t-shirt vermelha, ela por alguma razão vestiu uma saia ate aos joelhos preta e um top preto tambem.

Jack seguiu ate a cozinha e meteu um avental azul que por lá andava, começou a cozer o arroz e a fritar os dois bifes, tudo muito simples, pratico e facil.

Começou tambem a fazer a gelatina, só para fazer a vontade a Sarah.

Quando acabou de preparar o jantar agarrou em dois pratos e dirigiu-se a sala de estar que tinha uma mesa de madeira macia.

Por mais impressionante que fosse Jack nunca tinha entrado na sala da casa, e quando entrou ficou espantado.

Copias identicas a de quadros famosos como a Monalisa de Leonardo da Vinci, Nascimento de Venus de Botticelli e ainda Os Girassois de Van Gogh, todos espalhados pelas quatro paredes daquela sala que continha uma enorme janela para o lago.

Jack passou por um grande sofa azul escuro, e chegou a mesa onde pousou os dois pratos e olhou para Sarah.

O seu coração começou a bater muito depressa, pois a beleza que Sarah transpunha era maior do que alguma vez Jack havia visto.

Jack sentou-se ao pé de Sarah e começaram ambos a comer no silencio da noite.

A lua escondia-se por detras de uma nuvem e pouco a pouco iam surgindo estrelas que eram perfeitamente visiveis da janela.

O lago estava sereno, e nada perturbava a serenidade que existia naquele local:

-Então Sarah... diz-me uma coisa, porque é que vieste para este local afinal? – perguntou Jack com o intuito de fazer conversa

Sarah permaneceu calada por momentos a olhar para o prato e depois olhou para ele e respondeu:

-Coisas minhas Jack... coisas minhas... – disse voltando a comer.

Jack calou-se e vendo que Sarah ficara perturbada com a pergunta decidiu nunca mais perguntar o que a levara a estar naquele sitio.

Ambos acabaram de comer e Sarah num acto que não estava a espera levantou os dois pratos e colocou-os na cozinha.

Poucos minutos depois voltou para a sala com uma taça com gelatina de morango e sentou-se no sofá azul.

Jack levantou-se da mesa da sala e sentou-se ao seu lado:

-Então rapaz da cidade, nunca tiveste nada com aquela rapariga porque? – perguntou Sarah a Jack pousando a tigela no chão.

-Bem... nunca iria dar aquilo que ela realmente queria... o amor é algo complicado Sarah

-Complicado? Jack o amor não é complicado, nos é que complicamos – disse Sarah esboçando um sorriso.

-Eu não concordo, por exemplo, uma rapaz gosta de uma rapariga e o rapariga dá a entender que gosta do rapaz mas nunca lhe diz isso na cara, o rapaz vive sempre no precalço de ela gostar ou não dele. Como é que alguem vai tomar um passo importante quando não sabe se ganha ou perde no jogo do amor.

-Jack, ai está! O rapaz nesse caso complicou, em vez de abrir os seus sentimentos e revelar aquilo que realmente tem no coração, escondeu-se. O amor é como tudo na vida, quem não arrisca nunca ha de petiscar!

Jack ficou a olhar algum tempo para Sarah meio pensativo:

-Diz-me Jack... alguma vez te apaixonaste a serio por alguem, alguma vez tiveste alguem na tua vida

Jack calou-se e olhou para a janela ficando a observar o lago:

-hum.... Alguma vez deste um beijo em alguem? – perguntou Sarah rindo-se

Jack começou a ficar estremamente corado e começava a tentar evitar o contacto visual.

-Jackkkkkk!!! Responde, que eu tou curiosa! – disse Sarah metendo as mãos na cara de Jack – vá olha para mim e responde! – puxando a cara dele para olhar para a dela.

Jack virou a cabeça e olhou para Sarah cujos olhos castanhos estavam a olhar directamente para os seus:

-Bem eu nunc... – e nisto algo aconteceu.

Sarah não deixou Jack acabar a frase, deixou levar-se a si beijando-o nos labios e assim ficou durante uns segundos.

Jack que ao principio ficou de olhos abertos completamente surpreso, lentamente fechou os olhos e sentiu pela primeira vez um beijo de uma rapariga.

O calor que lhe subia pelo coração era algo magico, era como se fosse a lua e o sol tudo ao mesmo tempo.

Sentia frio e calor, sentia que o tempo tinha parado e que por breves momentos ele estava num sitio qualquer que não aquele, um sitio melhor, mais justo, mais belo, mais calmo, um sitio mais armonioso.

Quando os labio de Sarah descolaram dos de Jack, ela olhou-o nos olhos sorrio, deu-lhe um beijo na testa e disse “agora ja podes dizer o que é e o que não é complicado” saindo da sala, e dirigindo-se para o seu quarto sem deixar que Jack proferisse uma palavra sequer.

Jack seguiu-a com os seus olhos ate ela desaparecer pelo corredor, deixou-se escorrer pelo sofá e ficou imaginando o beijo que Sarah lhe tinha dado.

Por alguma razão Jack começava a sentir algo pela rapariga dos olhos castanhos, não sabia o que, mas gostava do que sentia.

Perguntava a si mesmo como é que alguem que conhecia a 2 dias podia ter aquele efeito em si, mas quanto mais procurava pela resposta, mais dificil se tornava a encontra-la.

Jack fechou os olhos e semi deitado no sofá deixou-se estar com um sorriso de orelha a orelha.

Passaram largos minutos, e Jack continuava deitado no sofá imaginando aquele momento magico.

O som do honoravel silencio dava um gosto especial ao momento, Jack sabia que nunca iria esquecer os olhos castanhos.

Deixou-se ficar assim ate ter sido perturbado por Farisca que lhe saltou para o estomago e começou a miar perturbavelmente.

Jack abriu os olhos e viu a gata olhando-o directamente nos olhos com um ar de “tu ate pareces que tas na maior!”

Jack levantou-se do sofá e quando se ia dirigir para o seu quarto para sonhar com o sucedido ouviu, do lado de fora da casa alguem a cantar.

Uma voz femenina e que Jack conhecia entoava algo armonioso, tão belo que parecia que o atraia.

Jack dirigiu-se a janela da sala e abriu-a.

Uma rapariga vestida de branco e com um veu a tapar-lhe o cabelo cantava junto ao lago.

Jack por alguma razão sentiu necessidade de a seguir, correu para a porta de entrada, abriu-a devagar para não acordar Sarah e caminhou lentamente para a rapagia.

Farisca foi mesmo atras de Jack.

09 maio, 2007

Um Olhar a Dois XIII

Por vezes contentamo-nos com pouco, mesmo que o pouco que tenhamos seja nada”

Sarah olhava para Jack com outros olhos, não sabendo porque Jack sentiu que conseguiu atrair um pouco mais de respeito e valor para si mesmo.

Sarah olhou para tras e viu Mirian e Farisca, ambas ainda a dormir:

-Ela é muito feliz contigo – disse Sarah voltando a olhar para Jack – ve-se na sua expressão, depois daquilo que passou... realmente Jack... começo a achar que tens ainda muito com que me surpreender.

E nisto deu um beijo na bochecha de Jack e sorriu.

Envergonhado Jack sorrio, sentiu-se ouvido por uma vez na vida e isso fazia com que se sentisse bem:

-Bem mas como é dever da praxe! – disse Sarah olhando com uns olhos malandros – ÁGUA!!!! – empurrando Jack vestido para dentro de água.

Completamente apanhado de surpresa, Jack voltou a tona d’agua e viu Sarah rindo-se desalmadamente, ele não foi e puxou-lhe a perna que tava dentro de água, levando-a a mergulhar tambem.

Quando esta chegou a superficie Jack lançou-lhe agua a cara!

-Jack Seu parvo – disse ela rindo as gargalhadas

-Tu é que pediste – disse Jack rindo tambem

Com tanto barulho Jack e Sarah acordaram Mirian, Grey e Farisca, que depressa se apressaram a ir para o lago e observar o que se passava.

Quando, repararam que estavam a ser observados, Sarah e Jack ficaram um tanto quanto serios a olhar para os três companheiros:

-Então Crianças!!! – disse Mirian sorrindo – metem-se a brincar e nem convidam ninguem!

Jack saiu de agua ajudando Sarah, ambos encharcados olhavam um para o outro ja com alguma cumplicidade, soltando breves sorrisos e olhares.

Farisca sentou-se e ficou com um ar de “mas voces ate nem se davam muito”:

-Grey desculpa se te acordamos – disse Jack, mas quando olhou para Grey ele tinha um olhar um tanto quanto obscuro.

Este virou-lhe as costas e seguiu em direcção a Aldeia:

-Ainda agora chegou a Meia Lua e quer ser mais que os de cá – disse Grey num tom pouco preceptivel.

Jack ficou com um olhar espectado enquanto Grey desaparecia por entre as arvores, olhou para as raparigas e estas encolheram os ombros, tinha sido realmente uma atitude estranha:

-Ele costuma fazer isto muitas vezes? – perguntou Jack – levou assim tanto a mal que o tenha acordado?

-Hummm deixa-o estar, parece um bebe rezingão pela manhã, amanha logo lhe passa! – disse Mirian.

Farisca saltou para cima do ombro de Jack e esfregou a sua cabeça na dele, voltou a saltar para o chão e começou a caminhar para a aldeia pelo mesmo caminho que Grey:

-Bem Jack, vamos ter que ir tratar do nosso jantar não é? – disse Sarah sorrindo para Jack – e ja agora mudar esta roupa senão apanhamos uma gripe daquelas de caixão a cova. Mirian queres ir lá jantar?, é o Jack que cozinha hoje! – dando uma palmada no ombro ensopado de Jack

-Bem eu ate aceitava o convite, mas ja disse a minha mãe que a ajudava com o jantar, alias tá na hora de me ir embora tambem –olhando para o relogio – 6 da tarde ja passa um pouco da hora que tinha previsto para ir para casa.

Mirian começou a andar para a aldeia tambem e poucos minutos depois desapareceu pela sombra das arvores.

-Que historia era aquela de eu fazer o jantar ? – disse Jack olhando com o seu ar de “não me cheira que me apanhes a fazer tal coisa.

-Cala-te e não refiles – disse Sarah sorrindo – ja agora corres rapido?

-Bem... a educação fisica nunca foi o meu forte mas penso que sim.

-É que temos que tar na aldeia daqui a 10 minutos porque a mercearia fecha exactamente.... daqui a 10 minutos – e nisto agarra na mão de Jack e começa a correr para a aldeia.

Jack era literalmente puxado por Sarah que corria muito mais que ele, e isto intrigava-lhe pois nunca vira uma rapariga com aquela garra e aquela força para viver.

Correram ate a Meia Lua em 5 minutos e chegaram mesmo antes do Sr Alfredo fechar a mercearia.

Sarah meteu de tudo um pouco num saco transparente, dois bifes, um pacote de arroz:

-Sabes o que me apetece Jack – disse Sarah olhando para umas caixas de gelatina – hummm apetece-me um doce, achas que tas a altura?

-Bem... Rapariga isso faz-se num instante.

Meteram um pacote de Gelatina de morango no saco e quando foi a altura de pagar Sarah tirou a sua carteira e pagou toudo o que havia para pagar.

Caminharam para casa os dois lado a lado como na noite anterior.

Mas hoje era diferente.

No dia anterior Jack tinha chegado a um local onde não conhecia ninguem, e hoje ja conhecia 3 pessoas novas, ja tinha partilhado uma parte da sua vida que poucas pessoas tinham conhecimento e surpreendentemente tinha começado a ser mais extrovertido.

Durante o caminho, Sarah e Jack comentavam o que haviam de fazer para o jantar, e vendo a falta de escolha decidiram-se pelo obvio, Bifes com arroz!

Ao chegarem a casa Jack reparou na gata que estava sentada no telhado e parecia que os aguardava, lentamente a noite começava a cair, e uma e outra estrela surgiam no ar.

Jack e Sarah entraram na casa e fecharam a porta, sem reparar no pequeno Amor Perfeito que nascia no canto do jardim.

05 maio, 2007

Um Olhar a Dois XII

Começou a correr atras dela.

Saltou por cima das poças, por cima de muros, mas esta não parava e olhava para tras com um tom de gozo.

Ate que chegaram a um pequeno descampado e a gata toda sorrateira correu para uma caixa de cartão que estava caida por debaixo de uma arvore.

Jack parou o passo e começou a caminhar lentamente para a caixa.

A gata parou de miar.

Achando aquela situação estranha Jack caminhou ate chegar a caixa e quando olhou lá para dentro começou a tremer com o cenario que se deparava.

Um mar de sangue mergulhava quatro gatinhos bebes e sua mãe.

Cortados ao meio e sem expressão, os gatinhos pareciam ter sido atacados por algum tipo de predador.

A gata olhava para os irmãos e dava-lhes com a suave patinha para ver se eles respondiam as suas inocentes brincadeiras.

Chegou ao pé de sua mãe e começou a miar, molhando-se com o sangue ainda fresco que escorria dos seus suaves corpos.

Jack soltou uma timida lagrima do olho e estendeu os seus braços para a gata.

O coração estava destroçado por ver tal imagem e não queria acreditar qual animal horrendo tivesse feito tal atrocidade.

Ao agarrar na pequena gata, Jack fora atacado por tras.

Caiu por cima da caixa espalhando os pequenos corpos e manchando-se com sangue.

Um cão rafeiro grande de pelo castanho claro e com uns tens temerosos olhava com um ar de odio para Jack.

A gata tinha saido dos braços de Jack e estava agora perto do corpo de um dos seus irmãos.

O cão olhando para a gata, saltou-lhe para cima, mas Jack com tal rapidez e instinto agarrou num pau que se encontrava a seu lado e levanto-se a velocidade de de um chita meteu-se a frente da gatinha e deu com o pau no corpo do cão que ja ia no ar.

Projectando o cão para o seu lado direito e salvando a gatinha.

Jack começou a transpirar, mesmo com a chuva.

O arrufar ofogante do cão assustava-o, e seus olhos vermelhos de sangue prepararam-se para dar uma nova investida, desta vez não contra a gata mas sim contra Jack.

Agarrou no seu pau com todas as suas forças e esperou o salto do cão.

O cão saltou e não conseguindo acertar com o pau Jack foi empurrado para o chão pelo animal.

Foi automatico, o cão tentou lançar-se ao pescoço de Jack com o intuito de o matar, mas a gata que ate então tinha sido protegida pelo Jack tomou posição.

Saltou para cima do perigoso animal arranhando-lhe um olho.

Este tirou a atenção de Jack que tinha um cotovelo a sangrar devido a queda e passou a seguir a gata com os olhos.

A gatinha olhou para o cão com uma nova expressão que Jack nunca lhe tinha visto.

Os seus olhos embicaram um pouco e miou de uma maneira agressiva.

Jack levantou-se e agarrou novamente no pau.

O cão parou 2 metros a frente da gata e tomou posição de ataque.

A gata sentada olhava para o cão sem se mover.

O ceu começou a ficar escuro, e longe ouviam-se trovões.

Rafeiro e sem vergonha, o cão saltou para cima da gata com a boca ferozmente aberta.

Mas enquanto ia no ar, um relampago atingiu-o electrizando-o em agonia.

O corpo agora caido junto dos gatinhos que matara, era mais um animal sem vida no olhar.

A gata levantou-se e começou a caminhar em direcção oposta a Jack.

Cabisbaixa, a cria caminhou ate ser agarrada por umas mãos que entoavam segurança.

Jack manchado de sangue na roupa, embrulhou-a na sua camisola e saiu caminhando lentamente do parque:

-Não olhemos para tras, o que foi, foi e agora nos os dois vamos preocupar-nos em ser o que será – disse sorrindo para a gata

Esta olhou-o com um ar surpreso e começou a aconchegar-se nos seus braços.

-So te falta arranjar um nome – disse Jack olhando para o ceu que começara a ficar mais claro – visto teres tido a sorte de um relampago... vou chamar-te Faisca!!

A gata olhou para Jack com um ar estranho, e um pouco desagradada com o nome que Jack lhe havia escolhido:

-Ok ok secalhar tens razão, Faisca é demasiado habitual, hummmm ja sei! – disse sorrindo novamente – Farisca, a fusão de Faisca com Raio embora só tenha a letra da ultima palavra.

A gata fez um som que se assemelhava a um sorriso e aconchegou-se nos braços de Jack uma vez mais.

Ambos caminharam para casa, juntos preparados para viverem em comum.

04 maio, 2007

Um Olhar a Dois XI

Jack ficou meio surpreso pelo desaparecimento de tão irrequieto animal mas ignorou.

Continuou a caminhar ate que chegou ao parque.

A chuva caia rasteira no solo desbravado, enquanto arvores pouco altas tavam o ceu cinzento.

Jack sentou-se num banco de madeira molhado que se encontrava ao pé de um baloiço amarelo desgastado e de um candeeiro de rua preto ja aceso.

Esperou alguns minutos, tantos quantos os necessarios para que a lampada do candeeiro começasse a falhar.

Jack estava com uma mica na mão, a olhar para o nada, a levar com chuva na cabeça e como bonus tinha uma luz que ora apagava ora acendia.

O seu olhar passou de normal para completamente apatico, tava a começar a aborrecer-se.

Após tanto tempo de espera uma rapariga de cabelos pretos ondulados aparece a Jack:

-Tão Jack, muito estudo para entrares na faculdade não é? – disse a rapariga sorrindo para Jack

-Tão Mary, mais uma semana a cravares-me os apontamentos não é? – disse Jack sorrindo

Jack levantou-se e cumprimentou Mary com um beijo na cara, entregou-lhe a mica e ambos se sentaram no banco molhado:

-Tão tens estado sozinho por aqui não? Ouvi dizer que o Mathew foi para o norte e que o resto do pessoal tem estado todo fora, parece que fomos os unicos a ficar aqui enfiados – disse a rapariga começando a enrolar a mica com as mãos.

-Isto é o preço que se tem a pagar para podermos seguir aquilo que realmente queremos não é Mary? – disse Jack olhando para Mary.

A rapariga pouco a pouco começou a chegar-se para o lado de Jack:

-Tá frio - disse Mary aconchegando-se ao ombro de Jack.

-Mesmo por isso é que temos que ir para casa – disse Jack sorrindo e levantando-se do banco.

Jack começou a andar me direcção a saida do parque :

-JACK!!! – gritou Mary – Mas ate quando é que vais fugir de mim!!!!

Jack virou-se para tras e olhou para Mary:

-Mary... não sejas assim, sabes que eu e tu somos só amigos e eu nunca te dei expectativas de nada! – disse Jack olhando para a rapariga

-Eu faço tudo por ti rapaz!

-Mary calma por favor – Jack caminhou para Mary ate ficar a um palmo dela – tu sabes que eu... eu sei que tu es boa rapariga, es inteligente, es bonita, mas eu não tou apaixonado por ti, o que eu sinto por ti é nada mais nada menos que amizade – disse sorrindo

Mary começou a escorrer-lhe as suaves lagrimas pela face cor de neve e num subdito impulso abraçou Jack com toda a sua força.

Jack não sendo um ser sem sentimentos, abraço-a tambem dizendo-lhe ao ouvido “Mereces uma pessoa que te ame”, e aos poucos Mary largava Jack e caminhava cabisbaixa para o seu caminho.

Jack compreendia a posição dela, tinha ja feito muito por ele, sempre que Jack precisava de algo Mary era a primeira a oferecer-se para o ajudar, para ele Mary era das pessoas mais bondosas que ja conhecera, mas mesmo que por vezes quisesse apaixonar-se por ela o seu coração dizia-lhe que não era a rapariga para a qual ele estava destinado, então não valia a pena ir magoar alguem que para ele ja tinha um lugar fixo no seu coração, o de uma grande amiga.

Jack sabia que provavelmente as coisas entre eles nunca mais iriam ser as mesmas, mas sabia que talves esta fosse a unica maneira de Mary encontrar alguem que a verdadeiramente amasse.

Ao ver Mary a ir-se embora por entre a chuva o seu coração chorou.

Saiu do jardim com lagrimas nos olhos e ao chegar a rua que ligava o parque a sua casa viu novamente a Gatinha preta.

Esta olhava-o com os seus olhos pretos saltou o muro branco correu para ele e saltou-lhe para o ombro direito.

Rodopiou e saltou novamente para o chão correndo na direcção oposta a qual Jack ia.

Por momentos Jack esqueceu Mary e o seu coração começou a gritar para que ele fosse atras da gatinha.

Jack não hesitou, e sendo um rapaz que seguia muito as suas emoções, correu atras da gata.

Um Olhar a Dois X

Terceiro Capitulo: A historia de Farisca.

“Por vezes um grande coração é recompensado com uma grande dadiva”

Estava uma noite chuvosa em Alzer.

Jack no seu apartamento olhava pela grande janela da sala para o mundo exterior.

Estava na epoca de exames e o estudo afogava-lhe todas as horas que tinha disponiveis para si.

O sofá dessarrumado, os papeis encavalitados e as refeições instantaneas, estavam espalhadas na pequena sala de Jack, local onde costumava estudar:

-Rico Inverno! – disse Jack um tanto quanto desanimado – ainda por cima nesta epoca em que maior parte das pessoas estão a festejar o natal eu tou aqui a marrar.

Jack seguiu para a pequena cozinha e retirou do frigorifico mais uma “Lasanha 5 minutos”:

-Bhaaaaa mais uma porcaria destas, mesmo bom para o aumento do colestrol

Jack colocou-a no microondas e 5 minutos depois ja tinha o jantar feito.

Quando se sentou no sofá por entre os papeis e post-its ouviu um som que ja a algum tempo que não ouvia um “pip pip, pip pip” surgia do meio de nenhures no sofa.

Levantou as almofadas e os papeis mas só o descobriu quando olhou para debaixo do sofá:

-Eu não acredito que tu ainda estas vivo – disse Jack olhando para o seu velho nokia 3330 – ainda mais impressionante, depois de não te ver desde o dia de natal para receber aquelas mensagens natalicias todas fora de Hora ainda tens uma barra de bateria, vamos lá ver o que é que temos para aqui – disse Jack abrindo a mensagem.

“Jack! Urgente!!! Preciso mesmo que venhas ter comigo e me emprestes aqueles teus apontamentos maravilha. Não era bom pelo menos voltares a ver a tua colega? Beijinhos ** Mary!”

-Bha... com este tempo tou com uma vontadezita de ir a rua – disse Jack desanimado – mas la terei eu que dizer que vou ate lá entregar-lhe o raio dos apontamentos! Da ultima vez que eu adoeci ela tambem veio cá entregar-me os apontamentos, vou retribuir o favor.

Jack agarrou no seu casaco preto e meteu os seus apontamentos numa mica transparente e saiu do apartamento.

Desceu o seu terceiro andar e abriu a porta da rua.

Chuviscava um pouco mas Jack não se ia deixar desencorajar por um bocadinho de chuva, tinha dito a Mary que ia ter com ela ao Parque Principal dentro de meia hora e era isso que ele ia fazer.

Ao descer a rua reparou numa pequena gatinha preta que estava em cima dum muro.

Jack olhou para ela enquanto andava e ambos olhavam olhos nos olhos um com o outro.

Jack com os seus olhos castanhos escuros, a gata com os seus pequenos olhos redondos.

Ela miava e Jack sorriu.

Quando olhou para a frente bateu mesmo de caras com um sinal de stop, caindo redondamente na calçada molhada.

A gata saltou do puto para cima de uma poça molhando a cara de Jack.

Jack olhou para ela e está miou em tom de troça.

Levantou-se todo encharcado e notou que a gatinha desaparecera.

03 maio, 2007

Um Olhar a Dois IX

-Parece que tu tambem me desculpas-te! – disse Jack sorrindo para Farisca – depois deste arranhão pensei que ainda fosses ficar zangada comigo uns tempinhos!

A gata desceu do ombro de Jack e foi até Grey onde saltou para cima do cesto e deu com a pata na abertura abrindo-o.

Um leque de sandes de frango e sumos saltaram a vista:

-Bem eu disse a minha mãe que hoje eramos mais um e ao que parece ficaram mais dois para o almoço – disse Grey olhando para Farisca.

Sentaram-se todos no porão de madeira e ao brilho do lago começaram a almoçar.

Grey dizia piadas porcas e todos se riam, Jack ria-se com eles embora acha-se algumas delas um pouco exageradas.

Mirian estava sempre disposta a servir Jack quando este acabava uma sandes, e a conta desta sua disponibilidade Jack acabou por comer umas 3 sandes de frango.

Farisca roubou uma sandes ao grupo e depressa a devorou, começou então a saltar tentando apanhar as borbuletas douradas que se encontravam na margem do lago.

Sarah olhava muitas vezes para a cascata pensativa, parecia que tinha alcançado outra realidade naquele lugar.

Estava como Jack a tinha encontrado naquela manha, serena e calma, sem grandes alaridos nem discuções.

O sol ia alto e haviam alguns passaros que esvoaçavam pelo meio das arvores.

Todo o grupo lentamente ia adormecendo por entre as sombras das arvores.

Mirian adormeceu com a gata ao seu colo, Grey todo esticado dormitava a sombra de uma arvore com Sarah ao seu lado.

Jack ia suavemente fechando tambem os olhos deixando-se levar pela acalmia daquele local.

O vento suave batia-lhe na face e o sol dava-lhe uma moleza que nunca antes sentira, os passaros pareciam começar a cantar uma musica de embalar que ele ouvia quando era pequeno.

Com o passar dos poucos segundos Jack ouviu um ruido por entre os arbustos que circundavam o lago.

Abriu lentamente os olhos e ao longe visualizou uma cria de Veado.

Jack levantou-se calmamente e dirigiu-se para ele sem acordar ninguem.

Os seus poucos chifres desenvolvidos brilhavam ao sol e Jack sentia uma grande necessidade de tocar no pelo daquele animal.

O som da agua caindo nas pedras brancas, orquestrava aquele momento.

O veado aproximou-se de Jack e cheirou-lhe a mão.

Ambos ficaram cara a cara por breves segundos ate que o contacto visual foi quebrado por um pequeno corvo ja conhecido de Jack que esvoaçou de uma arvore em direcção ao cimo da cascata.

Quando Jack reparou a cria tinha desaparecido:

-Então... viste o teu primeiro veado por aqui não foi? – disse Sarah que se tinha levantado e encontrava-se atras dele.

-Bem... parece que sim – disse Jack sorrindo.

Mirian, Grey e Farisca continuavam dormitando.

Sarah caminhou ate ao porão e tirou os seus tenis e mergulhou os pés em agua.

Jack seguiu-a e fez o mesmo:

-Então Jack que me contas...

-bem... o que é que queres saber – disse Jack sorrindo e olhando para Sarah.

-Bem... onde é que a arranjaste – disse Sarah olhando para tras e olhando para Farisca.-

Jack olhou para Farisca e os seus olhos ficaram um tanto quanto palidos.

-Tudo começou a dois anos no dia 3 de Janeiro...

02 maio, 2007

Um Olhar a Dois VIII

Jack foi com Mirian ate Grey e Sarah.

Sarah olhou para Jack com uns olhos terrivelmente assustadores, que fez Jack encolher-se todo.

-Hey pessoal bom dia – disse Mirian sorrindo

-Hey Mirian! tão vieste ai com o abusador de mulheres – disse Grey soltando uma gargalhada.

-Não acredito que tenha sido isso que aconteceu! O jack não me parece ser desses – disse Mirian voltando a sorrir.

Sarah olhou para Jack novamente apertou-lhe o nariz:

-Se eu volto a acordar no teu quarto, podes ter a certesa que amanha encontras-te pendurado numa arvore.

-O...Ok... – disse Jack olhando para Sarah Surpreendido.

Grey voltou a rir e deu uma pancada nas costas de Jack:

-Tão é hoje que montamos aqui a nossa tendinha – disse Mirian – ou vamos voltar a fazer uma gazeta descomunal como ontem?

-Bem... eu acho que hoje com uns braços masculinos a mais vamos despachar isto, visto que isto é uma cambada de meninas – disse Grey olhando para Jack

Jack olhou para o lado e estava uma data de tabuas lisas e um pano verde.

-Temos que montar uma barraca de rifas com esta tralha – disse Sarah – Bha! Que chatisse de trabalho que nos arranjaram para fazer.

Grey começou por agarrar as tabuas e pouco a pouco começaram os 4 a trabalhar.

Jack e Grey tratavam da construcção enquanto Mirian e Sarah mandavam bocas de como o trabalho estava a ser mal feito.

Começaram por fazer um genero de vedação, e depois começaram a construir quatro varas cara uma num vertice do quadrado.

Jack estava ate a sair-se muito bem, não costumava estar habituado aquele tipo de trabalho, mas ate se estava a safar quando tinha que pregar pregos ou qualquer coisa do genero.

Grey pelo contrario parecia mais que habituado aquele estilo de vida, ele arcava com tabuas espetava pregos, tudo a uma velocidade irreal.

Mirian ficava quase que a dar apoio moral, não fazia nada que ajudasse no projecto a não ser incentivar Grey e especialmente Jack.

Sarah reclamava com tudo, desde como estava o raio da tabua, ate como estava o prego posto, mas no fim concordava que ate tava um trabalho bem feito.

Chegando a hora do almoço todos pararam:

-Bem por hoje ja não fazemos é mais nada, isto mais dois diazitos e temos a barraca armada hehe – disse Grey sorrindo.

-Nesse caso vamos dar um mergulho no rio não? – disse Sarah – é que com este calor é o que tá mesmo a apetecer.

-Bem... eu não tenho fato de banho mas não me importava nada de ir me molhar – disse Jack

-E quem é que precisa disso... – disse Mirian mexendo no cabelo comprido de Jack

Jack ficou meio envergonhado e seguiu o grupo.

Passaram por uma barreira de arvores, e a luz começou a esconder-se por entre as folhas.

Jack olhava para os lados e tinha acabado de entrar numa floresta, andaram poucos metros ate que chegaram a um lugar que Jack nunca teria imaginado que existice naquela Aldeia.

Uma pequena cascata que surgia de um monte e um segundo lago, haviam pequenos passaros que voavam por entre as arvores e todo ele era rodeado por pequenos Amores Perfeitos.

Nesse lago havia um porão de madeira com um pequeno barco a remos.

Jack ficou completamente maravilhado por tal lugar existir naquele sitio:

-É lindo não é? – disse Sarah para Jack – eu quando me mostraram este sitio pela primeira vez tambem fiquei pasmada como tu.

-É realmente algo...

-Hummmm e nada melhor que um piquenique aqui não é? – disse Grey retirando da sua mala um cesto.

-Bem a tua mãe é um anjo! – disse Mirian olhando para o cesto.

Subditamente ouviu-se um miar muito carinhoso vindo do topo de uma arvore.

E uma imagem negra surgiu do cimo da arvore e caiu nos ombro de Jack

-Miau!! – disse Farisca olhando para os presentes e olhando para o cesto que Grey tinha na mão.