25 setembro, 2008

Espirito Livre... A lenda do lobo e da Raposa

 Era uma vez, a muitos muitos anos, quando ainda o mundo dormia sobe a luz das velas e as florestas ainda falavam as palavras antigas com que o mundo havia sido criado.

 Existia uma pequena raposa que havia ficado sozinha no mundo, no seu passado recente um grupo de caçadores tinha seguido a sua familia ate a sua toca e haviam chacinado todos os seus pares... ela sobreviveu graças a um lobo solitario que por ali passara e afugentara os caçadores.

 O lobo acolhera-a na sua toca e tratara-a como sua irmã mais nova, mas com o passar das luas e das epocas, o amor que tinha começado como uma familia adoptiva passou para um amor cada vez mais tenro de dois amantes.

 Foi pouco tempo ate que ambos olhavam com os seus olhos castanhos um para o outro no luar e mostravam as suas faces como dois verdadeiros amantes.

 A floresta tinha culminado num amor idilico e impossivel e embora o seu amor não podesse ser de alguma forma possivel, os dois continuavam a alimentar a chama que havia lhes sido imposta.

 De manhã o lobo caçava para a sua amante, de tarde ambos brincavam junto a um pequeno lago em semi-lua que por lá existia e de noite juntos a olhar para as estrelas aninhavam-se ate adormecer.

 O lobo era filho da floresta, havia sido expulso do seu bando por nunca ter tentado roubar galinhas aos humanos, pensava ele que alimento facil não era merecido, muito menos quando o alimento não pertencia a floresta, esses seus votos faziam dele um não desejado, pois se os homens começavam a corromper-se, os proprios bixos da floresta começavam tambem a cair nas "aguas" da desonestidade e da preguiça.

 A raposa, embora nunca se tivesse esquecido da sua familia, havia sido ensinada pelo Lobo que o resentimento não se devia guardar.

 Ambos viveram muito felizes, muito puros na sua inocencia...

 Certo dia o Lobo ouviu tiros... Saiu da sua toca e a sua volta chegaram-lhe os sons da floresta... os ramos e as folhas das arvores gritavam para que os dois fugissem, ambos corriam perigo, os humanos estavam fartos do roubo de galinhas e estavam ali para matar todos os lobos e raposas que por lá estivessem.

 O Lobo acordou a Raposa e ambos correram ate ao lago onde costumavam passar as serenas tardes... mas era tarde demais... os homens haviam encontrado o seu rasto e com um só tiro puseram fim a vida da pequena amante... o Lobo não se conteve de raiva e atacou o ser humano, mas como estava em minoria depressa foi apanhado e a sua vida foi terminada com o som de uma faca a rasgar um coração já partido...

 A floresta recentiu... a inocencia havia terminado... agora, só se ouve as lagrimas de um amor impossivel destroçado.

 

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