06 outubro, 2006

Um olhar a Dois

Um olhar a dois

Todos os locais em que podemos estar, podemos apaixonar-nos por alguem, é inevitavel! É a natureza a seguir o seu rumo!
O amor é algo fantastico e imprevisivel, é algo... magico!
Todos nos ja vimos os romances mais estranhos, imprevisiveis ou ate aqueles quase anedoticos.
Desde o nosso melhor amigo andar com a rapariga que sempre disse que nunca iria andar, desde o nosso primo andar com uma mulher mais velha, ou ate mesmo o nosso Irmão Roubar-nos a namorada num apice!
O amor é assim, não escolhe sexos, não escolhe idades, não escolhe tempos.
Jack era um rapaz de 19 anos que nunca tinha conhecido o verdadeiro amor, quando estava no secundario era conhecido como rapaz timido com as raparigas e nos ultimos dois anos, é conhecido como Um sonho para qualquer mulher.
Isto porque, o seu charme, inteligencia e atitude deixa qualquer estudante caloira da faculdade de medicina a cair para o lado.
Mas mesmo assim, com tanta rapariga a tentar arranjar uma oportunidade para sair, ele recusa todos os pedidos.
Os seus amigos dizem-lhe sempre que ele estava a desperdiçar a vida, que devia era aproveitar, para ir com elas mas nada de compromissos.
Mas jack sempre recusava abanando a cabeça e dizia-lhes sempre "Não me interesso por nenhuma, tou a procura daquela mulher, a perfeita para mim!"
Jack tinha conseguido ultrapassar mais um arduro ano na Faculdade de medicina com notas surpreendentes, e para tentar esquecer todas as noites que passou acordado, todas as insonias decidiu que queria ter umas ferias sossegadas.
Depressa se agarrou ao computador procurando o destino ideal.
-Uma ilha paradisiaca?.. ná! muito sol muita gente, Talvez algo mais soft mas com praia não???- Disse olhando para Farisca a sua gata
Ela que ate então olhava-o com os seus olhos verdes virou-lhe a cara
-Bem me parecia - soltando uma gargalhada - Sol a mais para uma gata mimada como tu... EI parece que encontrei aqui algo de interessante.
"miau?!"
-Casa de campo, bem isto é mesmo no meio do nada, mas acho que é mesmo o ideal para mim não?
A gata olhou-o com um ar sombrio como se ele a tivesse a esquecer
-Bem achas mesmo que me esquecia de ti? Amanha apanhamos um autocarro, são duas horas de caminho mas o que é que isso interessa certo?
Nessa noite Jack Tirou a velha mala de viagem do armario, tirou umas quantas t-shits, uma camisola e 3 pares de calças sem contar com o monte de roupa interior que ele ia levar:
-Isto deve ser mais que suficiente para um mes não Farisca?
Ela olhou com um ar de despreso "miau?!" e saiu do quarto como quem não quer a coisa
-Raio de gata, da-me a ideia que só continua cá em casa por causa do leite fresco. Irra!! se ela sabe que a vizinha debaixo dá peixe fresco a gata dela esta tipa deserda-me!
Depressa meteu tudo na mala, e deitou-se.
Não tardou a adormecer e a sonhar com a viagem que ele ia fazer.
Sonhava com uma casa de campo pacata, longe de tudo e de todos, sem nenhuma caloira a tocar-lhe a campainha as 3 da manha podre de bebada a dizer que o amava, sem nenhum colega seu a pedir-lhe ajuda com algum trabalho.
Jack Sonhava com 1 mes inteirinho sem ninguem a rebentar-lhe o juizo.
O despertador começou a tocar.
Levantou-se com a cara de pedrado que sempre acordara, começou a andar para a casa de banho tomar o seu duche matinal.
Farisca lambia o pelo meio ensonada, e como sempre estava a espera de mais uma tijela cheia de leite.
Em breve a mala ja estava no corredor perto da porta da entrada, e Jack a tentar arranjar maneira de Farisca entrar para dentro da jaula de transporte.
-Va lá! Pá. Já a 30 minutos que aqui estamos Gata! Não es capaz de levantar essa cauda do cesto e vires aqui para dentro.
Farisca olhou-o pelo canto do olho mas depressa voltou a fecha-lo.
-Eu não sei o que me deu na cabeça em ter-te trazido para casa!
Jack agarrou na farisca e colocou-a ele proprio na jaula, esta nem miou em resposta.
-Es claramente uma gata, Preguiçosa, Mimada e que me despresa completamente!
Com a mala aos ombros, a jaula na mão, Saiu de casa e trancou a porta.
Dirigiu-se a paragem de autocarro, e depressa estava na estação de comboios.
Faltava ainda uns minutos para que pudesse começar a embarcar, decidiu então sentar-se num dos muitos bancos que lá estavam.
-Meu filho... será que a sua alma caridosa podia dar-me uma moedinha?- dizia uma voz vinda detras de si
-Hum?
Jack olhou para traz e estava uma velhota, com uma lata na mão, e um rosto de avó.
Era uma sem abrigo, uma das muitas pessoas que viviam da esmola dos outros e de algo mais amigo, tinha por volta de 80 anos mas um sorriso que parecia imortal.
Ele tirou da sua carteira uma nota, o seu coração não aguentava ver pessoas a sofrerem, principalmente aquelas que parece que foram esquecidas pelo mundo.
-Tome minha senhora- disse jack fazendo um amavel sorriso.
-Mas que alma caridosa tu es rapaz! - disse a velhota ainda com um sorriso mais amigavel.
Depressa Sentou-se ao seu lado.
-Esses olhos rapaz... são mais do que uma pessoa caridosa não são?- disse-lhe com uma cara tanto quanto estupefacta
-Bem eu errr nunca me tinham dito nada disso minha senhora!
-Não fiques envergonhado rapaz, ainda tens muito que aprender da vida!
-Bem eu... eu penso que sim minha senhora
-A tua amabilidade vai fazer milagres nos tempos proximos, vejo pelo teu sorriso.
-bem eu.. - jack ja começava a corar - eu só faço o que acho que é mais correcto!
-Não sejas modesto... Ela tem sorte tem...
E nisto a sirene do comboio começou a apitar.
-Todos a Bordo!- gritava um revisor
-Bem eu tenho que ir minha senhora, boa sorte para...
Mas quando ele ia acabar a frase viu que a velhota ja não la estava, olhou para os lados, mas não a via.
-Bem... estranho não?- disse olhando para Farisca que tinha os olhinhos a fixa-lo.
Jack agarrou na mala e na gata e dirigiu-se a sua carruagem.
Olhou mais uma vez para tras em termos de despedida:
-Boas ferias Cidade barulhenta- e entrou.
A Carruagem estava vazia, Jack colocou a sua mala preta no pequeno armario a entrada da carruagem, iam ser umas longas horas de viagem, da cidade para o campo.
Sentou-se num banco para dois com Farisca ao seu lado.
-Não vamos sentir saudades nenhumas disto não é amiga?- olhando para a janela.
Farisca começava a ronronar
-Bem me parecia - soltando uma gargalhada.
Jack encostou a cabeça ao vidro, olhou para todos aqueles predios, que a pouco e pouco se perdiam no horizonte.
No fim a unica imagem que restava, era uma nuvem de fumo que impedia-o de ver as verdadeiras cores da cidade, as verdadeiras cores da cidade assim ele pensara.
-Talvez... talvez aquele cinza claro e triste seja realmente a cor do sitio de onde eu vivo- disse baixinho
Jack ficou um tanto quanto triste, mas o verde flamejante dos campos que começou a vislumbrar fizeram-no pensar em coisas mais belas.
Começou por ver a paisagem coberta de erva verde, depois a pouco e pouco começaram a aparecer as primeiras arvores e por fim um pequeno rio começou a acompanhar o Comboio que parecia não parar.
Jack ja ali estava sentado a um bom bocado, talvez 1 hora não sabe, e o embalo que todas aquelas imagens começaram a adormece-lo.
Farisca ja ressonava na sua jaula, enrolada na sua cauda.
Jack ja estava meio a dormir meio acordado.
E quando deu por si, havia parado numa estação.
-Hei! rapaz acorda - disse o revisor tocando-lhe no ombro - Penso que seja aqui que tu sais não?
-Hum? - disse jack abrindo os olhos - Ai pois é! - sorrio - Obrigado por me ter avisado
-De nada, não se esqueça é de nada na carruagem
-Esteja descansado
Jack agarrou na jaula de Farisca, Dirigiu-se a sua mala negra e saiu.
A estação em que estava era simples, uma estação antiga de madeira sem nada de especial.
-Bem, ha que dizer olá a este local não gata? - dizia Com um grande sorriso nos labios.
Tomara jack estava ansioso por começar o seu descanso.
-Temos é que agora ver onde é que está a nossa estadia, no Site dizia que me podia alojar na casa quando desejasse, ao que parece ninguem se interessa por estes locais hoje em dia.
Miau? miou Farisca confusa
-Desde que deixe um cheque na mesa da sala, o meu contacto e tudo arrumado posso usufruir do espaço a vontade.
Jack com o seu saco preto na mão direita e a jaula da gata na outra.
Caminhou pela estação de chão de marmore.
Quando saiu ficou maravilhado, uma rua comprida com pequenas vivendas de lado a lado, parecia dirigir-se para uma enorme montanha verde.
-Uau - disse Jack que estava maravilhado - este sitio... este sitio é mesmo... pacato, Aborrecido e sem confusões!!!
-MiAU?!?! - miava Farisca como quem quizesse dizer "TU ES MAZÉ PARVO NÃO?"
-Eu bem me parecia que tu ias gostar- disse jack para Farisca.
Farisca fechou os olhos e abanou a cabeça.
Tirou um pequeno papel do bolso das calças, este estava todo dobrado.
Jack a pouco e pouco desdobrava-o com muito cuidado.
-Casarão do lago... - leu Jack Baixinho olhando para o papel.
Começou por subir a rua em que estava.
Estava completamente vazia, as janelas estavam abertas, mas ninguem estava nelas.
Quando chegou ao final da rua havia um largo, o chão de calçada estava quente, mas Jack nem reparou, estava ansioso por chegar aquela casa, chegar aquele sitio onde poderia dormir horas sem fim.
Olhou para todos os lados mas não via nenhuma indicação:
-Bem como isto é chato! é que nem há pessoas para eu poder perguntar!
Sentado num dos 4 bancos do largo Jack começava a pensar que tinha sido enganado:
- Que tanga! - disse jack com as mãos na cabeça - Se o comboio nem tivesse aqui parado pensava que isto era uma cidade fantasma!
Mas dito isto começou a ouvir um som, algo parecido com um corvo.
Jack olhou para cima e o pequeno corvo lá estava, esvoaçava a sua volta e depois voo para o meio de umas arvores que estavam de um lado do largo.
Ele seguio-o com os seus olhos quando, começaram a brilhar.
- É... é... linda! - disse jack pasmado.
Ao lado das arvores para as quais o corvo tinha esvoaçado, um gigantesco e brilhante lago era como base de uma pequena casa de madeira negra.
Jack agarrou depressa na sua mala e em Farisca e começou quase que a correr.
Farisca que com os solavancos da jaula, batia com o seu fragil corpo em tudo com que é canto.
-Tem calma amiga! - disse jack - mas é que chegamos.
Ja devia ser meio dia, e o sol brilhava intensamente.
Jack chegou a estremidade do lago e olhou.
Uma pequena ponte de madeira ligava a terra a casa.
-Obrigado amigo corvo - disse olhando para o ceu e esboçando um sorriso.
Jack caminhou atraves da pequena ponte ate chegar a porta da casa.
-Se bem me lembro, a chave deverá estar algures por aqui - e nisto começou a remecher num pequeno vaso de Amores perfeitos.
-Há! aqui está ela! - disse retirando uma chave que estava por debaixo do mesmo.
Jack abriu lentamente a porta de madeira e entrou.
Ao entrar sentiu-se aliviado.
Era um pequeno corredor, pousou a mala no chão e finalmente libertou Farisca.
Esta cambaleava devido a correria do dono.
Jack começou logo a explorar a casa.
No corredor haviam quadros com a montanha que havia visto lá fora, na primeira porta a direita uma pequena sala com ligação a cozinha, no fundo do corredor a casa de banho e finalmente do lado esquerdo duas portas.
Uma delas era um quarto completamente arrumado, e que parecia estar fechado há já algum tempo.
E a outra, um quarto com uma cama por fazer.
-Bem... o ultimo morador que aqui teve não fez a cama não é farisca? - disse jack soltando uma gargalhada - bem não me custa nada deixar isto arrumadinho.
Farisca tinha-se dirigido para a sala e tinha-se deitado no sofá que ali havia.
Jack pos-se ao trabalho, e como vivia sozinho há ja algum tempo depressa fez a cama.
Quando se ia a dirigir para a sala ouviu a sua porta a abrir.
-Mas que raio?!?
-Miau? - miou farisca que se havia levantado e olhava para a porta tambem.
A porta abriu-se, e uma rapariga, de ar muito jovem entrava.
Jack ficou parvo a olha-la:
-Mas que PORRA é esta? - disse a rapariga com uma cara de poucos amigos.
Mal sabia jack que a sua vida tinha acabado de mudar radicalmente, pobre rapaz, daqueles olhos castanhos nunca mais ele se vai esquecer.
-Mas que PORRA é esta? - disse a rapariga com uma cara de poucos amigos.
-Hey acalma-te! - disse jack confuso - Quem raio es tu primeiro de tudo?
-EU? - gritou a rapariga - eu n tenho nada que te dar explicações urso - começou a correr para Jack com a mão no ar - AGORA SAI DAQUI ANTES QUE CHAME A POLICIA LADRÃOZECO!
-Ladrãozeco?
E dito isto Jack levou uma chapada na cara que o lançou para o chão, Farisca metia a pata na cara enquanto via o dono a cair.
-Tão es homem ou que? - disse a rapariga olhando para a mala de jack que se encontrava ao seu lado - então é aqui que ja tens as minhas coisas não é? Pervertido imagino que ja tenhas andado é a mexer na minha roupa interior.
Jack sentado no chão observava a rapariga irritadiça a mexer na sua mala, pos a mão na cabeça e ficou observando-a:
-Então... ja encontras-te tudo? - disse jack sendo ironico
-Mas... Mas que raio é isto? - perguntou a rapariga com uns boxeres na mão - Se tu não es nenhum ladrão, como raio entras-te aqui e quem raio es tu?
-Eu?! Eu venho para aqui passar ferias!
-Tu?!?! deve haver aqui algum mal entendido!!!
-Nop, eu venho mesmo para aqui passar ferias, Casarão do lago, certo? alugado a qualquer pessoa que tenha paciencia para se deslocar para o fim do mundo e tomar conta dele durante 1 mes, deixando por fim uma pequena quantia monetaria na mesa da sala e as chaves onde as encontrou!
-Bem... errr... eu sei disso... eu... eu cheguei aqui primeiro... - disse a rapariga estendendo a mão a Jack
Jack agarrou na mão suave dela e levantou-se
-Sarah - sorriu
-Errr... Ja.. Jack - disse jack envergonhado
-E ela é??? - apontando para Farisca
-Ela?? ela quem? - disse jack que não parava de olhar para os olhos castanhos da rapariga
-A gata... - disse sarah rindo-se
-HAAAAAAAAAAAA, é a Farisca, mas é uma mimada que só se interessa por ela propria - disse jack rindo-se tambem - Mas visto estares aqui, terei que encontrar outro sitio para passar as ferias, sabes por acaso quando é que aparece o proximo comboio?
-Bem... por acaso ate sei... daqui a 1 mes...
-O que????? então e o que é que eu faço agora??? - jack começou a preocupar-se.
-Bem... Há 2 quartos - a rapariga sorrio e olhou para o seu quarto - fizestes-me a cama e isso quer dizer que sabes lidar com a casa, e se sabes lidar com a casa - sorrio a rapariga - Sabes Cozinhar, limpar, regar as flores, limpar os vidros, fazer as camas, desentupir o esgoto, aspirar, lavar a roupa.
-Hum? - jack ficou a olhar para ela com cara de parvo
-Bem mas podes começar mesmo é por fazer alguma coisa para comer, sabes... é que o fogão não se liga sozinho.

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