04 maio, 2007

Um Olhar a Dois XI

Jack ficou meio surpreso pelo desaparecimento de tão irrequieto animal mas ignorou.

Continuou a caminhar ate que chegou ao parque.

A chuva caia rasteira no solo desbravado, enquanto arvores pouco altas tavam o ceu cinzento.

Jack sentou-se num banco de madeira molhado que se encontrava ao pé de um baloiço amarelo desgastado e de um candeeiro de rua preto ja aceso.

Esperou alguns minutos, tantos quantos os necessarios para que a lampada do candeeiro começasse a falhar.

Jack estava com uma mica na mão, a olhar para o nada, a levar com chuva na cabeça e como bonus tinha uma luz que ora apagava ora acendia.

O seu olhar passou de normal para completamente apatico, tava a começar a aborrecer-se.

Após tanto tempo de espera uma rapariga de cabelos pretos ondulados aparece a Jack:

-Tão Jack, muito estudo para entrares na faculdade não é? – disse a rapariga sorrindo para Jack

-Tão Mary, mais uma semana a cravares-me os apontamentos não é? – disse Jack sorrindo

Jack levantou-se e cumprimentou Mary com um beijo na cara, entregou-lhe a mica e ambos se sentaram no banco molhado:

-Tão tens estado sozinho por aqui não? Ouvi dizer que o Mathew foi para o norte e que o resto do pessoal tem estado todo fora, parece que fomos os unicos a ficar aqui enfiados – disse a rapariga começando a enrolar a mica com as mãos.

-Isto é o preço que se tem a pagar para podermos seguir aquilo que realmente queremos não é Mary? – disse Jack olhando para Mary.

A rapariga pouco a pouco começou a chegar-se para o lado de Jack:

-Tá frio - disse Mary aconchegando-se ao ombro de Jack.

-Mesmo por isso é que temos que ir para casa – disse Jack sorrindo e levantando-se do banco.

Jack começou a andar me direcção a saida do parque :

-JACK!!! – gritou Mary – Mas ate quando é que vais fugir de mim!!!!

Jack virou-se para tras e olhou para Mary:

-Mary... não sejas assim, sabes que eu e tu somos só amigos e eu nunca te dei expectativas de nada! – disse Jack olhando para a rapariga

-Eu faço tudo por ti rapaz!

-Mary calma por favor – Jack caminhou para Mary ate ficar a um palmo dela – tu sabes que eu... eu sei que tu es boa rapariga, es inteligente, es bonita, mas eu não tou apaixonado por ti, o que eu sinto por ti é nada mais nada menos que amizade – disse sorrindo

Mary começou a escorrer-lhe as suaves lagrimas pela face cor de neve e num subdito impulso abraçou Jack com toda a sua força.

Jack não sendo um ser sem sentimentos, abraço-a tambem dizendo-lhe ao ouvido “Mereces uma pessoa que te ame”, e aos poucos Mary largava Jack e caminhava cabisbaixa para o seu caminho.

Jack compreendia a posição dela, tinha ja feito muito por ele, sempre que Jack precisava de algo Mary era a primeira a oferecer-se para o ajudar, para ele Mary era das pessoas mais bondosas que ja conhecera, mas mesmo que por vezes quisesse apaixonar-se por ela o seu coração dizia-lhe que não era a rapariga para a qual ele estava destinado, então não valia a pena ir magoar alguem que para ele ja tinha um lugar fixo no seu coração, o de uma grande amiga.

Jack sabia que provavelmente as coisas entre eles nunca mais iriam ser as mesmas, mas sabia que talves esta fosse a unica maneira de Mary encontrar alguem que a verdadeiramente amasse.

Ao ver Mary a ir-se embora por entre a chuva o seu coração chorou.

Saiu do jardim com lagrimas nos olhos e ao chegar a rua que ligava o parque a sua casa viu novamente a Gatinha preta.

Esta olhava-o com os seus olhos pretos saltou o muro branco correu para ele e saltou-lhe para o ombro direito.

Rodopiou e saltou novamente para o chão correndo na direcção oposta a qual Jack ia.

Por momentos Jack esqueceu Mary e o seu coração começou a gritar para que ele fosse atras da gatinha.

Jack não hesitou, e sendo um rapaz que seguia muito as suas emoções, correu atras da gata.

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