16 maio, 2007

Um Olhar a Dois XVI

-Halo!!!!!! – gritava uma voz que perturbava a tranquilidade de Jack. – toca a acordar dorminhoco, não me digas que ficaste assim tão embalado.

Jack abriu suavemente os olhos, e quando deu por isso encontrava-se na casa do lago completamente deitado no sofá.

Farisca estava ao seu lado adormecida e Sarah a sua frente com o pequeno-almoço.

Um copo de leite e uma torrada.

Jack sentou-se no sofá e esfregou a cabeça, olhou a sua volta e a sua admiração era gigantesca.

Ele não deveria estar ali! Devia estar a dormir no meio da floresta.

Sarah olhava para ele com um ar estranho, enquanto ele se levantava e caminhou para a janela, vendo que a luz do dia já ia alta no céu:

-Bem tive um sonho mesmo estranho – disse Jack enquanto olhava pela janela para ver se via alguém.

-Ninguém diria Jack, tiveste ai a dormir que nem um bebe – disse Sarah lançando uma pequena gargalhada – parece que o que aconteceu ontem afectou-te Jack – disse Sarah num tom pensativo.

Jack ficou envergonhado mas abanou a cabeça em tom de que não tinha ficado afectado, pelo menos muito:

-Bem hoje acordei tarde em comparação com os outros dias! Não temos que ir ter com o pessoal ajudar a montar a nossa barraquinha – disse tomando uma posição mais informal e menos stressante.

-Hoje nos os dois não vamos a lado nenhum! Pelo menos trabalhar! Mas é claro que vamos dar uma voltinha e dar uns mergulhitos no lago!

-Hum… soa-me bem, e o Grey e a Mirian?

-Eles se quiserem aparecer que apareçam – disse Sarah virando as costas a Jack e indo para o seu quarto – Vou vestir o meu Bikini Jack! Vamos dar um mergulho agora que já são 11Horas da manha!

Sarah saiu da sala, Jack olhou para Farisca que ainda dormia e começou a pensar.

“Como é que tudo aquilo poderia ser um sonho?”, “pareceu tudo tão real!” não deixava de se questionar com o sentido daquilo tudo, ultimamente tinha tido sonhos tão estranhos, tão irreais que Jack começava a não perceber o sentido de adormecer para acordar tão cheio de duvidas.

Farisca abriu o olho esquerdo lentamente e olhou para Jack, saltou para o chão, olhou para a cauda que tinha uma pequena mancha branca na cauda em forma de meia lua e miou.

Jack não reparou no pormenor na cauda da gata, embora ela o tenha notado.

Seguiu então para o seu quarto e tirou os seus calções ate ao joelho de banho do saco juntamente com uma toalha de praia, dois objectos que Jack havia posto na sua mala mas que nunca pensara que ia usar.

Farisca saltou para o parapeito da janela e caminhou para fora da casa.

Ao sair do seu quarto Jack deparou-se com Sarah já vestida com o seu bikini vermelho, e com uma túnica amarela a fazer de saia.

Por alguma razão desconhecida para Jack ele não conseguia tirar os olhos de cima de Sarah, ficando claramente muito envergonhado.

Ela sorriu agarrando-lhe na mão e arrastando-o pela porta fora de casa, como se ele fosse uma estatua que estava petrificada.

Estenderam a toalha junto ao lago e Sarah seguiu para a agua molhando os pés de inicio e depois mergulhando o seu macio corpo na agua azul.

Jack tirou a t-shirt e mergulhou também na água límpida.

O fundo do lago era constituído por rochas brancas embora não houvesse um único rasto de vida submarina.

O lago não tinha “alimentação” de outras fontes, e parecia surgir ali pura e espontaneamente.

Pequenos amores-perfeitos começavam a brotar do jardim da casa enquanto Jack boiava a tona de água numa paz e tranquilidade que só ele conseguia ter.

Mas essa paz foi interrompida quando Sarah meteu as mãos nos seus ombros e mergulhou-o:

-AMONA! – Gritou rindo-se – Ataque das anonas aqui ao rapaz doutor.

Jack no fundo de agua começava a ficar sem ar mas agarrou os pés de Sarah novamente quase que rasteirando-os fazendo-a mergulhar também.

Os dois debaixo de agua olhavam um para o outro com um ar de alguma cumplicidade.

Ao emergirem á superfície, Sarah saltou para as costas de Jack, “obrigando-o” a transporta-la as costas dentro de agua.

Jack não parecia importar-se muito, e estava a gostar da companhia de Sarah, embora não fosse uma acção falada, as acções começavam a aproxima-los cada vez mais, fazendo com que Jack sentisse que podia confiar em Sarah no que quisesse.

Passado algum tempo, entre brincadeiras aquáticas infantis, Jack e Sarah cansados pararam perto um do outro dentro de agua e sentaram-se a beira.

Sarah sentou-se atrás de Jack encostando a sua cabeça no ombro do rapaz, tudo estava calmo ate que Sarah exclamou um “AHH!”

-Que se passa? – perguntou Jack olhando logo de seguida para Sarah.

-Que giro! Tens aqui um sinal bastante engraçado Jack! – disse passando com as mãos nas costas de Jack.

-Hum? Que sinal? Eu não tenho nenhum sinal nas costas rapariga!

-Ai tens tens! E este nota-se Bem! – disse olhando regalada para as costas de Jack – menino tens aqui uma bela semi-lua em forma de sinal – rindo-se

Jack ficou bastante confuso, e olhando para o seu ombro direito conseguiu ver pela ponta do olho um sinal preto em forma de semi-lua, símbolo muito semelhante ao do seu “sonho”

-Eu… eu nunca tinha reparado nele! – disse Jack

-Ve-se mesmo a atenção que dás ao teu corpo – disse Sarah dando-lhe um carolo na cabeça.

Jack sorriu para Sarah, mas ficou um tanto quanto nervoso pois sentia que tudo o que sonhara na noite anterior tinha sido um reflexo de algo real.

Sarah voltou a encostar a sua cabeça no ombro de Jack encostando-se mais perto do pescoço, automaticamente, deixou de pensar no sinal, e começou a tomar mais atenção ao afecto que a rapariga lhe começava a demonstrar.

Jack instintivamente aproximou a sua mão da de Sarah ate que a agarrou.

Os dois ficaram ali, a serem banhados pela cristalina água, largos momentos, sem referirem uma palavra que fosse, apenas desfrutando a companhia um do outro.

Farisca apareceu pelo meio dos amores perfeitos como se fosse um predador nato e olhando para a imagem dos dois habitantes da casa juntos começou a caminhar lentamente em direcção a Jack.

O caminhar passou a corrida e dando um salto em direcção á cabeça de Jack pousou em cima dela, fazendo com que Jack, que se encontrava sentado, caísse de cara na água como se fosse uma estatua a ser derrubada.

A gata não se molhou pois ficou em cima da nuca de Jack que ficou a tona de agua, mas logo de seguida saltou para a margem e miou num tom amistoso, fazendo um ar de quem tinha alguns ciúmes daquela cena.

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