11 maio, 2007

Um Olhar a Dois XV

Jack saiu de casa e olhou para a rapariga, esta continuava a cantar sem se apreceber da presença da gata e do rapaz.

Caminharam os dois lentamente, tanto Farisca como Jack, quase que embalados ao som da canção.

Chegaram a estar a 10 metros da rapariga, mas esta, aprecebendo-se da sua presença olhou-os nos olhos e Jack teve um choque.

Os olhos da rapariga eram a unica coisa que Jack conseguia ver no escuro, eram brancos e brilhantes, da cor do seu vestido.

Farisca segui em frente de Jack e começou a correr para a rapariga.

Esta sem mais nem menos correu para a floresta assustada mas Farisca seguiu-a.

Jack não querendo ficar parado e corroido pelo bichinho da curiosidade correu atras das duas.

Embrenhou-se na floresta que estava situada ao largo do lago, local onde ainda nestes dois dias se tinha aventurado.

Segundos depois enquanto corria pela floresta seguindo o rasto de um veu branco que brilhava no escuro Farisca desaparecera da frente de Jack.

Jack pensou que apenas não a conseguia ver pois tinha o pelo escuro, mas começando a ouvir ramos de arvores a serem mexidos por cima de si teve o percentimento que a gata nada mais nada menos que saltava a uns metros de arvore em arvore.

Jack pensava “Rica acrobata esta tipa, parece que sente tanta curiosidade como eu”, por momentos esquecera do beijo de Sarah e a unica coisa que tinha na cabeça era que raio era aquela rapariga.

Ao chegar a uma clareira escura, Jack deixou de ver o veu, e quando olhou para tras, aprecebeu-se que tinham passado largos minutos desde que começara a correr.

Ja não conseguia ver o caminho de volta e sentia-se completamente perdido, não desesperando, fechou os olhos e tentou apurar os sentidos.

Quase como salvação um corvo pousou no seu ombro e piou.

Jack abriu os olhos e este esvoaçou para o seu lado diferente continuando a piar.

Instintivamente Jack decidiu seguir o corvo, e embunhando-se novamente no meio de todas as arvores que lhe era possivel de encontrar, voltou a avistar um veu branco correndo pelo meio das arvores.

Ja não ouvia o barulho de arvores a mexerem-se sobre si, por isso deduziu que Farisca ja não se encontrava aos saltos por cima dele, provavelmente tinha voltado para tras.

Mas ao pensar isso viu dois olhos brilhantes de gata no meio das arvores movimentando-se tambem atras do veu.

Jack começou a correr a toda a velocidade ate que quase que conseguia acompanhar a gata.

A rapariga que se encontrava a uns meros 4 metros da sua frente parecia não se cansar ao contrario dele que começava a perder o folgo.

O corvo desaparecera momentos antes deixando Jack a pensar como o corvo ja o tinha “salvo” 2 vezes.

Após alguns segundos, chegaram a uma segunda clareira.

Esta, tinha a relva verdejante e estava rodeada por arvores jovens.

O ceu estrelado parecia um espelho para o infinito, e dava a sensação a Jack que conseguia tocar nas estrelas.

Exactamente no centro da clareira encontrava-se uma fonte de pedra.

A rapariga correu ate parar junto dela.

Farisca deixou de correr e começou a caminhar para a fonte.

Esta era uma pedra enterrada na relva que continha um pequeno orificio por onde escorria agua azul limpida.

Na pedra estava gravada uma semi lua com uma marca poligonal, a rapariga molhou as mãos na fina agua e passou-a pela cara.

A gata chegou ao pé da rapariga e saltou para a bacia de pedra branca deixando-se tar lá empoleirada olhando para a água.

Jack ficou parado por momentos, ate que caminhou lentamente ate chegar perto da rapariga.

Com a sua mão meio a tremer, devido ao nervosismo e ao medo tocou no veu da rapariga, mas esta não se virou para Jack.

A gata, e a desconhecida olhavam para a bacia de água como se algo lá dentro estivesse.

Jack olhou para a grande imagem da lua e estava cada vez mais intrigado.

Os mochos ouviam-se de todos os cantos da clareira, deixando a noção que a unica pessoa nervosa naquele local era mesmo ele.

A rapariga voltara a cantar, elevando-se no ar de costas, de modo a que Jack não lhe visse a cara desapareceu no ar, ela rodopiou três vezes, e continuou a levitar ate desaparecer como se de fumo se tratasse.

Jack ficou a olhar para cima e a esfregar os olhos, não acreditava naquilo que estava a ver.

A gata saltou-lhe para o ombro e esfregou a cauda na cara de Jack, quase como se fosse uma mão a dirigir-lhe o olhar para a fonte novamente:

-Mas que sitio é este – perguntou Jack

-Queres que eu beba Farisca? – disse para a gata.

Esta fez algo que Jack ficara meio surpreso, abanou a cabeça como se fosse uma pessoa e miou.

Jack caminhou para a fonte, molhou as suas mãos na agua azul, e chegou-a aos seus labios.

Ao faze-lo ouviu uma voz dentro de si, uma voz semelhante aquela que cantava

“talvez sejas tu!”

E nisto Jack começou a sentir-se sonolento, a gata saltou para dentro da bacia e logo de seguida colocou-se ao lado de Jack.

Ao principio sentou-se na fina relva, mas acabou por se deitar e fechar os olhos caindo no sono.

A gata deitou-se ao seu lado e adormeceu tambem.

As estrelas brilhavam mais que nunca e na floresta voltou-se a cantar uma canção das mil vozes.

Sem comentários: