05 maio, 2007

Um Olhar a Dois XII

Começou a correr atras dela.

Saltou por cima das poças, por cima de muros, mas esta não parava e olhava para tras com um tom de gozo.

Ate que chegaram a um pequeno descampado e a gata toda sorrateira correu para uma caixa de cartão que estava caida por debaixo de uma arvore.

Jack parou o passo e começou a caminhar lentamente para a caixa.

A gata parou de miar.

Achando aquela situação estranha Jack caminhou ate chegar a caixa e quando olhou lá para dentro começou a tremer com o cenario que se deparava.

Um mar de sangue mergulhava quatro gatinhos bebes e sua mãe.

Cortados ao meio e sem expressão, os gatinhos pareciam ter sido atacados por algum tipo de predador.

A gata olhava para os irmãos e dava-lhes com a suave patinha para ver se eles respondiam as suas inocentes brincadeiras.

Chegou ao pé de sua mãe e começou a miar, molhando-se com o sangue ainda fresco que escorria dos seus suaves corpos.

Jack soltou uma timida lagrima do olho e estendeu os seus braços para a gata.

O coração estava destroçado por ver tal imagem e não queria acreditar qual animal horrendo tivesse feito tal atrocidade.

Ao agarrar na pequena gata, Jack fora atacado por tras.

Caiu por cima da caixa espalhando os pequenos corpos e manchando-se com sangue.

Um cão rafeiro grande de pelo castanho claro e com uns tens temerosos olhava com um ar de odio para Jack.

A gata tinha saido dos braços de Jack e estava agora perto do corpo de um dos seus irmãos.

O cão olhando para a gata, saltou-lhe para cima, mas Jack com tal rapidez e instinto agarrou num pau que se encontrava a seu lado e levanto-se a velocidade de de um chita meteu-se a frente da gatinha e deu com o pau no corpo do cão que ja ia no ar.

Projectando o cão para o seu lado direito e salvando a gatinha.

Jack começou a transpirar, mesmo com a chuva.

O arrufar ofogante do cão assustava-o, e seus olhos vermelhos de sangue prepararam-se para dar uma nova investida, desta vez não contra a gata mas sim contra Jack.

Agarrou no seu pau com todas as suas forças e esperou o salto do cão.

O cão saltou e não conseguindo acertar com o pau Jack foi empurrado para o chão pelo animal.

Foi automatico, o cão tentou lançar-se ao pescoço de Jack com o intuito de o matar, mas a gata que ate então tinha sido protegida pelo Jack tomou posição.

Saltou para cima do perigoso animal arranhando-lhe um olho.

Este tirou a atenção de Jack que tinha um cotovelo a sangrar devido a queda e passou a seguir a gata com os olhos.

A gatinha olhou para o cão com uma nova expressão que Jack nunca lhe tinha visto.

Os seus olhos embicaram um pouco e miou de uma maneira agressiva.

Jack levantou-se e agarrou novamente no pau.

O cão parou 2 metros a frente da gata e tomou posição de ataque.

A gata sentada olhava para o cão sem se mover.

O ceu começou a ficar escuro, e longe ouviam-se trovões.

Rafeiro e sem vergonha, o cão saltou para cima da gata com a boca ferozmente aberta.

Mas enquanto ia no ar, um relampago atingiu-o electrizando-o em agonia.

O corpo agora caido junto dos gatinhos que matara, era mais um animal sem vida no olhar.

A gata levantou-se e começou a caminhar em direcção oposta a Jack.

Cabisbaixa, a cria caminhou ate ser agarrada por umas mãos que entoavam segurança.

Jack manchado de sangue na roupa, embrulhou-a na sua camisola e saiu caminhando lentamente do parque:

-Não olhemos para tras, o que foi, foi e agora nos os dois vamos preocupar-nos em ser o que será – disse sorrindo para a gata

Esta olhou-o com um ar surpreso e começou a aconchegar-se nos seus braços.

-So te falta arranjar um nome – disse Jack olhando para o ceu que começara a ficar mais claro – visto teres tido a sorte de um relampago... vou chamar-te Faisca!!

A gata olhou para Jack com um ar estranho, e um pouco desagradada com o nome que Jack lhe havia escolhido:

-Ok ok secalhar tens razão, Faisca é demasiado habitual, hummmm ja sei! – disse sorrindo novamente – Farisca, a fusão de Faisca com Raio embora só tenha a letra da ultima palavra.

A gata fez um som que se assemelhava a um sorriso e aconchegou-se nos braços de Jack uma vez mais.

Ambos caminharam para casa, juntos preparados para viverem em comum.

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