30 abril, 2007

Um Olhar a Dois VII

Jack ficou surpreendido com a reacção da gata:

-Wow uma sai-me pela porta disparada, outra salta-me a janela, raio das mulheres, quem é que as compreende, ou quer compreender, quando elas são tão extranhas.

Jack levantou-se e olhou para a caneca de leite em cima da mesa de cabeceira cheia, não ligou ao facto de Sarah ter saido daquela maneira, alias, ela apenas pensou irracionalmente que Jack lhe tinha feito algo de errado, nada que não pudesse ser resolvido com o tempo.

Jack seguiu ate a porta e saiu ligeiramente.

Quando chegou a rua reparou que Mirian o esperava:

-Hey Jack – disse ela sorrindo.

-Oi Mirian, que fazes tu por aqui?

-Bem... como vi a Sarah a sair disparada da casa e como sei que es novo por aqui, imagino que não saibas para que lado as de ir! – e nisto sorriu.

Jack olhou para ela e sorrio, começaram os dois a caminhar e lado a lado falaram de tudo um pouco.

Mirian perguntou-lhe como é que ele tinha ido parar aquele sitio, como é que era a vida na cidade.

Perguntou-lhe se o ceu era tão brilhante lá como cá e se de noite conseguia ver todas as estrelas no ceu como se viam no campo, perguntou-lhe tambem como é que tinha uma arranhadela na cara e Jack envergonhadamente contou-lhe que tinha uma gata e a aventura com a gata matinal mas nada sobre Sarah.

O andar dela era um andar dançado, cada passada sua parecia um passo de valsa, e saltitava pelo caminho de calçada que ligava a casa ate ao recinto.

Ao caminharem pelo meio da aldeia, Jack viu uma pequena mercearia e o cafe onde tinha estadado na noite anterior.

Reparou que o nome do cafe era “Lua Cheia”:

-Então Jack, e o que é que se passou para a Sarah ter saido daquela maneira lá de casa?

Jack parecia que adivinhava esta pergunta e queria tentar evita-la, mas como era um mau mentiroso...

-Bem... ela adormeceu sentada ao pé de mim e quando acordei deitei-a na minha cama e deixei-a estar la a dormir, quando acordou pensava que a tinha levado propositadamente para lá! – disse Jack com um olhar embaraçado.

-Ha... mas ela foi dormir para o teu quarto? – disse baixando a cabeça.

-Nada disso, eu penso é que ela é sonambula e entrou-me lá para o quarto a meio da noite – disse Jack voltando a fazer um olhar embaraçado.

-Ha sendo assim, mereces um de bom dia!

-Um de bom dia? – e automaticamente Mirian beija Jack na bochecha arranhada e começa a correr a sua frente.

Jack fica a olhar para a rapariga pois esta rouba-lhe um sorriso.

Correu atras dela enquanto ela soltava gargalhadas.

Jack começou a ver que Mirian era uma rapariga um tanto quanto diferente de Sarah.

Enquanto Sarah mostrava por vezes um lado mais, como hei de explicar, bem mais duro da sua vida, enquanto Mirian estava sempre alegre e a sorrir.

Jack e Mirian sairam da aldeia e chegaram a uma clareira rodeada por grandes arvores.

Nela pequenas barraquinhas estavam a ser erguidas e algumas cercas a serem construidas.

Algumas pessoas aninhavam-se e ajudavam-se, ora a levantar altos postes de madeira, ora metendo algumas fitas coloridas.

Jack via um pequeno homem gritando de lado a lado “vá pessoal!!!! Quanto mais depressa isto estiver feito, mais rapido começa a ramboia!”

Ao longe estava Grey e Sarah juntos de uma arvore que estava precisamente no meio da clareira:

-Bora lá Jack vamos ter com eles – disse Mirian sorrindo.

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